Cada vez menos influenciada pelas forças do mal, Prue alimenta o desejo não tão secreto de se reaproximar de suas irmãs. Uma fraqueza que o demônio Morloch vai aproveitar para tentar destruir as Encantadas!
1.Morloch está preocupado e anda de um lado para outro em seu covil.
Sua situação no submundo não é das melhores. Os demônios superiores estão furiosos por ele ter usado sem autorização os aprendizes conseguidos pelas Sacerdotisas para enfrentar as Encantadas.
E, ainda por cima, o plano foi um fracasso total!
A porta se abre. É Shedin.
- “Senhor, o espião que mandamos à caverna das Sacerdotisas já voltou. Ele diz que tem novidades.”
- “Mande-o entrar imediatamente!”
O jovem demônio espião entra na sala com um sorriso no rosto. Ele caminha com passos largos, e tem um ar bem arrogante.
- “Vai gostar de ouvir o que descobri, Morloch!”
- “Fale logo, Saitan!”
- “Você sabe que Inanna, a assistente de Tiamat, tem uma quedinha por mim... bem, ela me contou que a Grã Sacerdotisa está bem preocupada com a Rainha. Parece que desde que começou a desenvolver poderes iguais aos das Sacerdotisas, ela anda deixando suas obrigações de soberana de lado.”
- “Como assim? O que está acontecendo?”
- “A Rainha anda perdendo o interesse em tornar-se a próxima Fonte do Mal. Ela passa horas trancada em seus aposentos, sozinha. Tiamat teme que ela esteja tentando entrar em contato telepático com as irmãs.”
- “Isso pode nos ser muito útil! Obrigada, Saitan!”, diz Morloch, entregando um saco de moedas de ouro ao espião que faz uma referência e deixa o covil.
- "Chefe, acha que a partir de agora não precisaremos mais nos preocupar com a Rainha Prue?"
- “Muito pelo contrário, Shedin! Acabo de ter uma idéia brilhante para nos livrar-mos de vez das Halliwell... de todas elas!”
2.Deitada em sua enorme cama de dossel, Prue está aborrecida. Ela não tem mais paciência para os rituais de suas súditas, e daqui a pouco será chamada para mais um deles. Vai ter que tomar daquele tônico horrível na frente de todas as Sacerdotisas, como mandam as regras da celebração.
De repente, Prue tem uma idéia. Vai até a porta e chama uma serviçal.
- “Traga-me um bule de chá gelado, sim?”
Em alguns minutos o chá pedido é servido em uma bandeja.
Prue espera que a moça saia e vai até a mesinha de cabeceira, onde estão o cálice e a garrafa do tônico. Despeja tudo num vaso de plantas e substitui o conteúdo pelo chá.- “Pronto! Nunca mais vou ter que tomar esta porcaria” diz, satisfeita.
Há dias Prue tem evitado tomar a beberagem, inventando todo tipo de artifício. Ela não percebe conscientemente mas, aos poucos, sua personalidade está mudando, tornando-se mais próxima do que era antes.Ela já não tem mais a ânsia pelo poder que a impelia a querer tornar-se a nova Fonte do Mal. Começa até a sentir-se desagradada de morar no mundo inferior, perto de tantos demônios. Não fosse pelo orgulho, sua mais antiga fraqueza, já teria se desinteressado totalmente por ser a Rainha das Sacerdotisas.
Prue volta a se deitar na cama. Fecha os olhos e se dedica ao que tem sido seu passatempo mais freqüente. Ela ainda tem alguma dificuldade para usar o poder mental das Sacerdotisas mas, com muita concentração, consegue por alguns instantes ver o rosto das suas irmãs.
3.- “Nunca gostei de entrar aqui. Essas paredes são nojentas!”
- “Cale-se, Shedin! Já é uma sorte que Yasna tenha aceitado nos receber, e você ainda fica fazendo críticas!”
Os dois demônios movem-se com cautela pelos corredores da caverna iluminada por centenas de velas. Pendendo das paredes, uma espécie de visgo verde cria longas estruturas moles que balançam ao menos movimento de quem passa. A impressão que se tem é que está tudo derretendo ao redor.
- “Sejam bem-vindos! Aproximem-se!”Em contraste com um lugar tão desprezível Yasna, chamada de Senhora da Inveja, é uma mulher belíssima. Alta, com o corpo perfeito e longos cabelos negros, muito lisos, ela despertaria em qualquer top model o sentimento sobre o qual lhe é atribuído poder. Seus lábios são carnudos e os olhos, muito grandes, são de um verde tão intenso que parecem pedras preciosas.
- “Confesso que fiquei surpresa com o seu interesse em me ver, Morloch. O que o traz até mim?”
- “Ó bela Yasna, tenho uma proposta a lhe fazer.”
- “Uma proposta igual à que você fez aos demônios superiores que enganou? Não pense que sou tola igual a eles!”
- “Não pretendo lhe enganar. Se me ajudar será recompensada por isso.”
- “Pois bem, fale logo o que quer.”
- “Fui informado de que a Rainha das Sacerdotisas da Lua Negra não consegue se desligar de seu passado. Há boatos de que usa o próprio poder para vigiar a vida das irmãs bruxas. Bem, eu estive pensando... mesmo os irmãos mais ligados às vezes têm sentimentos menos nobres entre si.”
Yasna solta uma sonora gargalhada, entendendo aonde Morloch quer chegar.
- “Sei muito bem do que você está falando, meu querido... sim! Ciúme entre irmãos é uma das minhas especialidades! Então, de quem você quer que a rainhazinha fique verde de inveja?”
-“Ela é muito ligada às duas mais velhas, mas nem conhece a que a substituiu. Acho que seria um bom alvo para você.”
- “Isso não vai nem ter graça de tão fácil! E o que eu ganho em troca?”
- “Esta caverna é pequena demais. Uma vez destruída a Rainha, o que você acha de ocupar a caverna das Sacerdotisas? Vou expulsá-las de lá assim que me tornar a nova Fonte do Mal!”
- “Não é má idéia e, enfim, não tenho nada a perder. Hoje mesmo a Rainha receberá um presentinho da Senhora da Inveja. Um presente que vai mudar a sua vida!”
4.
As coisas estão agitadas no Pan Restaurant. Enquanto Phoebe enche balões coloridos de gás, Piper anda de um lado para outro carregando louças e organizando mesas.
- “Piper, tem certeza que esses balões que você comprou não são muito... infantis?”
- “Que bobagem, eram os mais bonitos que tinha na loja. As bandeirinhas estão prontas, pendure elas aqui!”
- “Bandeirinhas????”
- “Sim, não são um amor?”
- “Piper, esta festa é para Paige. Ela é adulta, lembra?”
Piper pára um instante, como se estivesse voltando a si de um transe.
- “Está bem, tire as bandeirinhas. Mas eu quero os balões!”
Phoebe corre atrás da irmã, tentando conversar.
- “Você deve estar sentindo mesmo muita falta dos meninos...”
- “Eu sei o que você está pensando Pheebs... que estou fazendo tudo isso por saudades dos meninos, e tal. Mas olhe, eu estou conformada. Sei que eles estão mais seguros na escola mágica do que aqui. Eu tenho que me conformar, não é? Afinal...”
- “Não comece com esse discurso de que tudo isso é culpa sua! Piper, sabemos que você é a melhor mãe do mundo, e que não mereceu ter sido afastada do Wyatt e do Chris!”
Se dando por vencida, Piper solta um longo suspiro.
- “Você tem razão. Tenho que parar de choramingar, isso não leva a nada. A verdade é que estou morrendo de saudades! Pelo menos Leo teve permissão para trazer os meninos para a festa.”
- “Isso é ótimo!”
- “Eles vêm com a babá leprechaun. E parece que ela vai trazer uns parentes...muitos parentes, aliás” conta Piper, com um sorriso malicioso no rosto.
- “Leprechauns na festa de aniversário da Paige? Nada é mais apropriado que isso”, diz Phoebe, caindo na risada. As duas se divertem lembrando da história de carinho e implicância entre Paige e os leprechauns.
Nesse momento, o celular de Phoebe começa a tocar.
- “É a Paige, o que será que ela quer? Alô!”
- “Oi Pheebs! Eu estou saindo agora do escritório de Assistência Social e pensei em passar aí no Bay Mirror pra gente almoçar. Podíamos ir no Pan, que tal?”
- “Poxa, hoje não vai dar! Já combinei de almoçar com o Coop, faz dois dias que a gente não se vê... desculpa, fica para a próxima, está bem?”
- “Tudo bem...”
Paige nem tem tempo de terminar a frase antes que Phoebe desligue o telefone.
- “Ela queria vir almoçar aqui. É só o que faltava, ela aparecer agora e estragar a surpresa!”
Phoebe e Piper se divertem com a situação mas, a algumas quadras de distância dali, Paige não está achando nada engraçado ter sido dispensada pela irmã.
- “É dia do meu aniversário e a Phoebe nem deu bola! Parece até que se esqueceu de mim” reclama, falando sozinha no meio da rua.
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