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9.5.1 - UM CONVITE PARA O MAL

Piper finalmente descobre por quê Prue se tornou um demônio. Enquanto isso, o plano da mais velha das Halliwell para se tornar poderosa no mundo inferior acaba colocando em perigo a vida das irmãs.
1.
Ishtar observa de longe a seqüência de cercas de arame farpado, seguida por uma alta parede sem janelas – a penitenciária de San Francisco. Depois, fecha os olhos e se concentra. O antigo poder das Sacerdotisas da Lua Negra, de controlar a mente dos humanos, pode também ser usado como uma forma de empatia pelas mais habilidosas. E Ishtar é, sem dúvida, a mais habilidosa de todas.

Ela permanece assim durante vários minutos antes de reabrir os olhos novamente.

- “E então, o que você conseguiu?” pergunta Prue, ansiosa.

- “Os piores estão na Ala Norte. Ali, daquele lado, no último andar” diz ela, apontando para a prisão. “Na última sala há dois condenados à prisão perpétua. Na do lado, um assassino em série. O nome dele é Nick, e está isolado. Ele é muito perigoso.”

- “Ótimo! Eu fico com esse. Você fala com os outros dois. Vamos!” Em seguida, as duas desaparecem no ar.

Prue se materializa dentro da cela escura, onde o perigoso bandido rabisca febrilmente a parede com um pedaço de carvão. Curiosa, ela se aproxima pelas costas do assassino, que não a vê. Prue percebe que ele está fazendo um desenho.

- “É um lugar estranho para a arte”, ela diz.

O homem treme de susto e sua reação imediata é virar-se e agarrar com força o pescoço de Prue. Mas ela, usando a telecinese, joga o agressor contra a parede onde a minutos ele desenhava.

- “Calma lá, não estou aqui para testar suas habilidades!”

- “Quem é você, como veio parar aqui?”

- “Sou a resposta para as suas preces Nick... ou seriam pragas?” responde Prue, apontando para o desenho que o criminoso fazia. Na parede, a figura assustadora de um demônio tomava forma.

Enquanto isso, na cela ao lado, Ishtar já explica aos outros dois condenados quais os objetivos da visita.
Amy Smart como Ishtar
- “Temos uma proposta para vocês. A oportunidade de sair desse lugar, e ainda ter um poder que nunca sonharam antes. Se concordarem em nos acompanhar serão livres, e poderão fazer o que quiserem... como demônios!”

- “Deixa eu entender bem, moça. Quer que a gente acredite que a senhora é um demônio, e que pode nos transformar em demônio também? Isso tá é parecendo armação dos guardas pra nos pegar!”

Os dois homens se tornam hostis, e se aproximam para atacar Ishtar. Ela chama:

- “Prue!”

Imediatamente, Prue se materializa na cela e joga dos dois agressores para longe exatamente como antes tinha feito com Nick, que agora está ao seu lado.

- “Este aqui vai se juntar a nós, Ishtar. E os seus dois amigos? Vão esperar os guardas aparecerem para se decidirem a nos seguir?”

2.
Piper está sentada no sótão da Mansão, solitária e pensativa. Ela ainda se culpa pela tumultuada volta de Prue. Com uma voz quase sussurrante, ela chama:

- “Vovó? Vovó, pode me ouvir?”

Silêncio.

- “Vovó, eu sei que você está braba comigo. Eu quero pedir desculpas!”

- “E pelo quê eu devo te desculpar?”

Piper se vira e vê o fantasma de Penélope Halliwell, que estava atrás dela o tempo todo. Ela se levanta e corre para abraçar a avó.

- “Eu roubei você, vovó, roubei o pó de fantasma para trazer a Prue de volta! Eu sei, o que eu fiz não tem perdão!”

- “Calma, minha querida, eu não estou braba com você. Todas nós sabemos que você não dominava os próprios atos... eram as sacerdotisas!”

- “Todas nós? Quem mais sabe disso?”
- “Todas as ancestrais. Sua mãe está agora mesmo reunida com elas, discutindo o que fazer com Prue.”

- “Oh, vovó, eu sou a vergonha da família!”

- “Pare com isso, Piper! Há coisas que você não sabe... o que aconteceu com Prue não é responsabilidade sua.”

- “Como assim?”

- “Bem, esse é um antigo segredo de família."

Penelope Halliwell anda pelo sótão, procurando palavras para contar uma velha história.

- "Sabe Piper, P. Russel não foi a única ovelha negra na nossa linhagem.”

Curiosa, Piper escuta com atenção.

- “Isso aconteceu há muito, muito tempo... quando Mattew Tate percebeu que não conseguiria roubar os poderes de Melinda Warren, ele lançou uma maldição sobre a nossa família: a cada dez gerações, uma bruxa nascida boa se tornaria má, e colocaria em risco a vida das demais.”

- “Isso quer dizer que Prue se tornou um demônio por causa de uma maldição?”
- “Exatamente. Tate acreditava que a praga que rogou destruiria as bruxas Warren. Primeiro achamos que Wyatt seria o atingido, mas quando Chris voltou do futuro para salvar o irmão, essa possibilidade foi afastada.”

- “Mas por que isso é mantido em segredo? Assim não podemos fazer nada para evitar!”

- “No passado, quando a maldição era conhecida pelos integrantes vivos da família, houve grande confusão. Ninguém confiava em ninguém e muitos tentavam modificar o futuro, para evitar que acontecesse. Por isso foi decidido que permaneceria em segredo.”

- “E agora, o que podemos fazer para salvar Prue?”
- “Nada, minha querida. A maldição só será quebrada quando quem for atingido por ela tiver força suficiente para retornar por vontade própria ao caminho do Bem. E apesar de todo nosso esforço, eu acredito que só Prue poderá salvar a si mesma.”

3.
O anfiteatro está lotado de demônios. É uma reunião de emergência: nunca antes o número de seres do mal foi tão pequeno, e isso preocupa o Mundo Inferior . Quando Prue entra, seguida por Ishtar e Tiamat, todos se levantam.

No rosto de Morloch a expressão é de espanto. Ele não esperava que Prue ainda fosse a rainha das Sacerdotisas.

Um dos demônios superiores se aproxima, e faz uma reverência à ela.

- “Seja bem-vinda, rainha. Esperávamos pela honra de tê-la junto a nós.”

- “Bem, a espera acabou. Vim para ajudar. Podem contar comigo para tudo o que precisarem.”

- “Nosso colega Morloch estava justamente falando sobre a falta de mão de obra no submundo... veja bem, suas irmãs acabaram com um número enorme de demônios. E você também.”

Prue percebe a situação delicada, mas abre um sorriso.

- “Da minha parte, digo que isso são coisas do passado. E vim aqui justamente oferecer o poder das sacerdotisas para superar esse probleminha...”

Morloch se aproxima.

- “E o que você pretende?”
- “Meus planos são assunto meu, Morloch” responde Prue, desafiadora. “Mas estou trazendo um suprimento de novos aprendizes para cada um dos demônios superiores aqui presentes!”

Atrás de Prue, os criminosos cooptados na prisão da cidade se apresentam aos seus futuros amos.

- “Esses são primeiros ‘candidatos’, por assim dizer.”

A declaração é muito bem recebida. Há vivas e aplausos nas arquibancadas. O demônio superior que recebeu Prue não consegue conter a animação.

- “Mas isso é ótimo! Que belo material de trabalho! A Rainha é, sem dúvida, a peça que faltava no nosso covil.”

Vendo o avanço conquistado pela adversária, Morloch não perde tempo:

- “No entanto, observo que esses humanos ainda precisam de treinamento para atuarem no mundo inferior. Como também quero ajudar, ofereço unir meus esforços aos da Rainha para torná-los verdadeiros demônios.”

Ishtar se intromete na conversa.

- “O que está querendo, Morloch?”

- “Nada demais, minha querida. Como todos sabem, sou o melhor treinador de demônios do submundo. Se os deixarem comigo, garanto que posso fazer deles demônio de verdade, com a rapidez necessária aos nossos propósitos.”

Para desgosto de Prue, a proposta de Morloch é muito bem recebida.

- “Que sejam entregues a Morloch”, determina o demônio superior. “E que o treinamento comece imediatamente! Em quanto tempo estarão prontos?”

- “Em dois dias farei com eles o teste decisivo. Os que passarem serão os soldados mais poderosos que já tivemos!”

4.
Phoebe entra pé por pé na redação do Bay Mirror. Ela já está quase na sua sala, quando é vista por Elise.

- “Onde vai com tanta pressa, Phoebe?”

- “Pressa, eu? Imagine, não estou com pressa nenhuma!”

- “Isso é bom, porque nós temos que conversar” diz Elise, metendo-se dentro da sala também.

- “Olhe, Phoebe, eu não quero mais desculpas. Onde estão os rascunhos dos capítulos que você ficou de mandar para a editora?”

Phoebe finge que procura algo dentro da bolsa.

- “Oh! Acho que deixei o cd em casa! Eu vou lá buscar...”

- “Você não vai a lugar nenhum! O que está acontecendo? Olha, eu já estou acostumada com os teus sumiços e atrasos, mas a editora não! Eles vão acabar cancelando o contrato!”

- “Desculpa Elise, olha, eu sinto muito... mas tenho que te falar a verdade. Eu não estou conseguindo escrever!”

Com um suspiro, Elise se aproxima e senta ao lado de Phoebe.

- “Você está com um desses bloqueios, é isso?”

- “Eu acho que sim, só pode ser. Eu me sento no computador, eu passo horas pensando... e não sai nada! Eu tento lembrar de tudo o que já escrevi, mas parece que tem alguma coisa faltando, e eu não sei o que é!”

Elise solta outro suspiro. Ela sabe que não pode fazer muito para ajudar.

- “Não há porque se sentir insegura, Phoebe. Você já escreve há anos. É só um livro, um pouco maior do que de costume, mas ainda é você! Olha, eu vou ligar para a editora, e inventar uma desculpa, está bem? Mas não posso continuar fazendo isso por muito tempo.”

- “Obrigada, Elise!”

A chefe deixa a sala, enquanto Phoebe fica pensativa. Enfim, resolve tomar uma atitude.

- “Coop! Coop! Apareça, por favor, preciso conversar com você.”

Mas não há resposta.

- “Você está brabo comigo, e você tem razão, está bem? Você tem razão!”

Só então o cupido aparece, no meio da sala.

- “O que há, Phoebe? Por que resolveu me chamar?”

Há um momento de silêncio. Phoebe olha para as feições perfeitas do cupido, e percebe o quanto sentiu a falta dele. Tem vontade de se aproximar, de abraça-lo, mas sabe que não seria oportuno.

- “Eu não agi certo com você. Espero que possa me perdoar.”

- “Do que você está arrependida?”

- “De não ter nos dado uma chance. De ter me afastado sem explicação. Olha, Coop, não é fácil para uma mulher estar com um homem para quem ela é um livro aberto!”

- “Você não é um livro aberto para homem nenhum, Phoebe.”

O olhar dele é tão profundo que Phoebe não resiste à tentação de se aproximar. Tudo o que ela queria agora era se aconchegar nos braços dele, e não falar mais nada... Phoebe fica frente a frente com o cupido, tão perto que pode sentir-lhe a respiração.

- “A verdade é que tenho pensado em você todos os dias. Tenho milhares de coisas para fazer mas, quando percebo, estou parada pensando em você. Eu não consigo me concentrar em mais nada, Coop, e tenho medo disso!”

Pela primeira vez, o cupido esboça um sorriso.

- “Quem tem medo dos sentimentos, tem medo de mim, Phoebe. Você acha mesmo que sou tão assustador assim?”

Agora é Phoebe quem abre um sorriso. Ela não se contém nem espera mais: abraça o cupido com toda a força e ele retribui, mostrando o quanto também estava com saudades.

- “Me perdoa, me perdoa por ser assim, tão maluca! É que há momentos em que tudo o que sempre acreditei a respeito do amor parece um grande erro... e eu não quero errar com você.”

Phoebe olha bem no fundo dos olhos de Coop. Ele se aproxima do rosto dela, enquanto responde.

- “Nós vamos cometer erros, Phoebe. Muitos. E eu quero cometê-los todos com você.”

Os lábios dos dois se aproximam, se tocam. O beijo começa suave, e logo se torna intenso, apaixonado. A cabeça de Phoebe está nas nuvens. Enquanto sente a força dos braços de Coop ao redor do seu corpo, ela tem a sensação de que o tempo parou, de que está flutuando, e que este é momento pelo qual esperou por toda a sua vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu adoro as charmed especialmente a Phoebe e a Piper elas são muito queridas eu sou igualzinha á Phoebe

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