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As irmãs da vida real que inspiraram Charmed


As três lindas irmãs Halliwell - elegantes bruxas boas que lutam contra o mal, lançam feitiços e têm romances com uma procissão de caras atraentes - trazem um pouco de magia para três outras irmãs, que assistiram na telinha seus alter egos em cena. Acontece que a criadora e produtora executiva de Charmed, Constance M. Burge, recapitulou suas próprias dinâmicas familiares nas relações da série de TV.

Suas primeiras lembranças da infância são de viver atrás de suas irmãs mais velhas, Edie e Laura. "Nós somos tão próximas que eu sempre vou até elas para pedir conselhos", disse Constance para o Los Angeles Times na época do lançamento de Charmed. No escritório dela, na Spelling Productions em Los Angeles, havia uma vassoura de palha encostada numa parede e um chapéu alto de cone preto sobre uma mesa. "Uma coisa boa é que agora eu não tenho mais que pedir dinheiro emprestado a elas", acrescentou.

Connie Burge, em entrevista ao E!
Charmed foi um sucesso imediato para a WB. O drama estreou em outubro de 1998 com avaliações favoráveis e boa audiência. Era um veículo de retorno ao horário nobre para a atriz Shannen Doherty. A antiga bad girl de Beverly Hills, 90210 interpretou a mais velha das três irmãs, Prue: confiante, sensata e telecinética.

A personagem foi inspirado na irmã mais velha de Connie, Laura Snow, que trabalha como chefe do arquivo de mapas e imagens do Departamento de Defesa americano, em Washington. "Eu gostaria de ser bonita como Shannen", disse Laura, que é de 8 anos e meio mais velha do que Burge. "Eu me vejo mais como uma Meg Ryan na casa dos 40."

Piper (Holly Marie Combs), a bruxa do meio que pode fazer o tempo parar, é inspirada em Edie Burge, uma executiva de comunicações da empresa Avery Dennison Inc. "Passei muito tempo cuidando de Connie", lembra Edie. "Gostava de organizar suas festas de aniversário... E mais tarde, quando estávamos ambas na faculdade, eu a resgatava de festas de fraternidades."

A mais nova bruxa, a vidente Phoebe (Alyssa Milano), é baseada na própria criadora do show. Mas, ao contrário de Constance, Phoebe inicia a série ainda sem saber seu caminho no mundo. "Nós a  provocávamos muito, porque Phoebe não tinha um emprego", contou Laura. Mas com a provocação também vinham opiniões honestas, acrescentou. "Nós analisávamos cada episódio."

Críticas de lado, Laura admite que não se importaria de ter alguns dos poderes de Prue - a habilidade de mover objetos, por exemplo. Num episódio, Prue leva um elevador sem parar até o andar desejado, apenas uma fantasia para quem enfrenta minutos dentro de um para chegar ao seu andar no trabalho, todos os dias.


"Connie tinha uma grande imaginação", lembrou Edie. "Cada ida às compras era uma aventura cheia de personagens maravilhosos, e ela chegava em casa e contava as mais maravilhosas histórias sobre eles." A Burge mais jovem percebeu que queria trabalhar no show business quando o pai a levava nas sessões duplas de cinema no calor do verão, por causa do ar-condicionado. Depois do mestrado em dramaturgia na Universidade ela trabalhou como garçonete e bartender, até finalmente conseguir uma vaga como roteirista.

Em Charmed, Connie manteve o foco no papel da feminilidade em proteger a inocência e criar a bondade. As bruxas invocam o misterioso "poder das três", determinadas a vencer o mal, o que não surpreendentemente resultou em um público predominantemente feminino. Mas nem tudo é a luta pelo bem: as bruxas também têm que lidar com problemas românticos. "Talvez seja apenas Los Angeles," Burge disse, "mas as relações são muito complicadas. É muito difícil encontrar o caminho certo."

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