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10.
Piper encontra Leo na frente do restaurante. Ele parece muito nervoso.

- “Ainda bem que você veio!”

- “O que houve?”

Ele olha para os lados, certificando-se de que ninguém está escutando a conversa.

- “Um dos anciãos esteve aqui.”

- “E o que ele queria?”

- “Eles querem definir uma vez por todas qual vai ser o meu destino, Piper!”

A expressão de Piper é de indignação.

- “Como assim? Depois de tudo pelo que passamos, eles ainda querem se meter nas nossas vidas?”

- “Calma, Piper, fale mais baixo! Algum funcionário pode escutar!”

- “Como eu vou ficar calma? Não posso ficar calma! Nove anos deixando de lado o meu sonho de ter uma vida normal, uma família normal, um trabalho normal, tudo para ser uma Encantada, e eles ainda não se convenceram que merecemos um pouco de paz? Nós enfrentamos o mal diariamente, Leo! O que mais querem nos cobrar?”

O desabafo de Piper tem uma testemunha furtiva. Escondida numa das laterais do restaurante, Amarantha escuta tudo o que o casal diz.

Como se pressentisse que há algo de errado, Leo leva Piper para dentro do estabelecimento. Mas a bruxa já sabe o suficiente para bolar um plano maligno.
- “Então, elas são as famosas Encantadas! O sopro vital de uma delas certamente trará alguns poderes de brinde...” imagina Amarantha, com um sorriso maldoso no rosto.

11.
Na sala da Mansão, Penélope dá um “puxão de orelhas” em Paige.

- “Depois de tanto tempo como bruxas, como é possível que não tenham prática em traçar um círculo mágico? É um dos elementos básicos de proteção!”

Mila e William observam a cena, mal contendo o riso. Paige, com um galho de carvalho nas mãos e um papelzinho com dizeres mágicos escritos na outra, olha para o alto com uma expressão resignada. Sabe que vai ter que agüentar todo o mau humor da avó.

- “Está bem, vovó, mas agora... eu vou decorar isso, juro que vou aprender rapidinho!”

- “Minha tia-avó Jezebel dizia que nenhuma bruxa é bruxa de verdade sem saber traçar um círculo... e vocês têm sido bruxas pela metade!”

- “Vovó, por favor!”

A discussão é interrompida pela chegada de Phoebe.

- “Estou perdendo algo?” brinca, ao perceber a expressão no rosto de Paige.

Com um suspiro de alívio, Paige deixa o papel e o graveto de lado.

- “Henry e Morris estarão aqui no final da tarde. Contei para eles sobre o ataque de Amarantha. Íamos tentar localizá-la com o pêndulo, mas vovó insistiu numa aula prática de bruxaria primeiro...”

- “Você devia de envergonhar, Phoebe... você praticamente abandonou a bruxaria!”, repreende a avó.

Phoebe fica surpresa com o ataque inesperado. Mas antes que ela possa pensar numa resposta, a campainha toca na mansão. Paige já estava indo para a porta, mas Phobe percebe uma forma de escapar da investida da avó.

- “Deixa que eu atendo!”

As duas chegam juntas na porta. Phoebe abre apressadamente, e dá de cara com... Amarantha!

- “Olá! Vim dizer como estou encantada em conhecê-las”, fala a bruxa, colocando a mão direita na frente do rosto das duas irmãs.

Phoebe e Paige se sentem sufocar quando a essência vital das duas começa a ser retirada por Amarantha. Mas, de repente, a bruxa sofre um choque, e o sopro vital volta para suas legítimas donas. É Piper, que descarregou uma carga explosiva de energia em Amarantha.

- “Maldita!”, diz a bruxa, preparando um gesto para roubar o sopro vital de Piper. Mas esta não espera, e ataca novamente: mais uma carga de energia, e a vilã perde um sopro roubado. Uma segunda carga, e mais um sopro deixa o corpo da bruxa e flutua no ar. Percebendo que só tem a perder, Amaranta desaparece no ar para fugir do confronto.

Um dos sopros vitais libertados flutua até Mila.

- “O que está acontecendo?”, ela pergunta.

- “Você já pode seguir o seu caminho, minha querida. Vá em paz”, responde Penélope.

- “Obrigada, obrigada por tudo!” O fantasma de Mila desaparece numa bola de luz.

O segundo sopro vai até William.

- “Acho que também é minha hora de partir. Mas eu queria tanto ficar e ajudar vocês!..”

- “Não se preocupe, vamos dar um jeito em Amarantha”, assegura Paige.

E William também desaparece na luz.

- “Essa foi por pouco, você chegou na hora certa!” diz Phoebe para Piper. “Mas como vamos fazer para localizar a bruxa agora?”

- “Pelo que eu vi acontecer agora, tenho um palpite de que não vai ser difícil atraí-la”, diz a avó. “Vocês perceberam que o ataque de Piper liberou justamente a essência vital das vítimas que estavam por perto? Isso reforça minha teoria de que Amarantha permanece ligada às pessoas que ela ataca.”

- “Então, temos que dar um jeito de reunir os milhares de fantasmas que adorariam estar por perto quando eu começar a explodi-la. O problema é que eu não vou conseguir ficar fazendo isso pelo tempo necessário!”, completa Piper, simulando seu gesto de ataque com as duas mãos.

- “Acho que podemos resolver isso de forma bem tradicional: com feitiços!”, diz Penélope. “Para o sótão, meninas! Está mais do que na hora de voltarem a praticar a velha arte!”

12.
Leo caminha de um lado para outro dentro do escritório do restaurante. Ele aguarda preocupado pela volta de Yossi. Quando o ancião se materializa na sua frente, ele imediatamente pergunta:

- “E então, Yossi? O que está acontecendo lá em cima?”

- “Calma, Leo! As coisas são melhores do que você pensa. A maioria dos anciãos está do seu lado. Você tem muitos advogados de defesa.”

- “Como assim, advogados de defesa? Quem dizer que estou sendo julgado?”

- “De uma certa forma sim, mas é para o seu próprio bem, acredite!”

Yossi se aproxima e coloca a mão no ombro do amigo.

- “Sabemos que durante esses anos todos a sua dedicação foi fundamental. E que você tem nas mãos dois dos mais preciosos integrantes do mundo mágico, seus dois filhos. Não queremos que Wyatt e Chris cresçam expostos ao mal por causa da ausência do pai.”

- “Então por que tudo isso agora?”

- “Há entre nós os que acreditam que não está certo desviar você da sua função de anjo branco. Argumentam que você já teve sua chance como mortal, Leo. É uma desavença que os anciãos têm que resolver. Por isso, preciso que me acompanhe agora.”

Dizendo isso Yossi orbita, levando Leo com ele para um encontro com os demais anciãos.

13.
No sótão Piper prepara uma poção no pequeno caldeirão sobre a mesa, enquanto Phoebe e Paige estão às voltas com o Livro das Sombras. Penélope parece ansiosa. Observa cada movimento da irmã mais velha, até que não se agüenta mais:

- “O alho e a urtiga estão certos, Piper. Mas... o que mais você colocou aí?”

- “Junípero, vovó. Para trazer de volta o que foi roubado.”

A avó se vira para as outras duas irmãs e pergunta:

- “E vocês, o que estão fazendo?”

- “Vamos levar os cristais para reforçar a proteção dos quadrantes no círculo mágico”, reponde Paige.

No rosto de Penélope a preocupação se desfaz, substituída por um ar de orgulho.

- “O talento para a arte nasceu com vocês, meninas! Agora, é hora de despedir-nos! Vocês têm que encontrar um lugar seguro para conjurar essa bruxa.”

Paige e Phoebe se despedem e descem as escadas, mas Piper segura o braço da avó.

- “Vovó, preciso que me responda uma coisa.”

- “O que há, Piper?”

- “Por que nunca pudemos ver o fantasma de Prue? Estamos toda hora falando com você e com a mamãe, e até com fantasmas que nem são da nossa família... por que não a Prue?”

A pergunta faz Penelope franzir o rosto.

- “Oh, minha querida, eu sabia que um dia você ia me perguntar isso! Piper, tem que entender que a morte foi um choque para Prue. Ela não estava preparada... bem, a verdade é que nenhum de nós nunca está. Mas ela era tão jovem, foi muito difícil aceitar, alcançar alguma serenidade. Achamos que voltar para perto dessa casa, de vocês, não ia ajudar em nada o processo.”

- “Como assim ‘achamos’, vovó? Quer dizer que têm mantido Prue deliberadamente afastada de nós?”

- “Não sou apenas eu, Piper, não é a minha vontade que importa! Mas é assim que pensam aqueles que são responsáveis por guiar Prue nessa nova etapa da existência dela.”

- “Isso não é justo! Eu poderia ajudar!”
Piper está quase chorando.

- “Venha cá, me dê um abraço, minha criança!” Penelope consola a neta. “O tempo vai passar, e vai chegar o dia em que vocês estarão juntas novamente. Só é preciso ter paciência, e tudo vai dar certo! Agora vamos, você tem um serviço a fazer.”

Penélope enxuga as lágrimas do rosto de Piper.

- “Está bem, vovó. Pode ir, eu desço em alguns minutos.”

A avó desaparece e Piper fica sozinha. Depois de alguns instantes, ela levanta o braço e olha fixamente para o saquinho que segura na mão.

É o pó de fantasma que, furtivamente, tirou do cinto de Penelope.
14.
Leo se vê entre as nuvens, numa espécie de tribunal. Há grupos de anciãos por todos os lados. Yossi fala como um advogado de defesa.

- “Que Leo foi um anjo branco fiel e dedicado, todos sabemos. Mas não podemos esquecer que a missão dele não acabou. Os dois filhos que ele e Piper trouxeram ao mundo podem ser a nossa maior esperança de equilíbrio entre o bem e o mal no futuro, nossa esperança de continuidade do caminho das Encantadas.”

Os anciãos escutam com atenção. A maioria deles concorda com o que Yossi está dizendo.

- “Pois bem, sabemos da enorme importância que tem a presença do pai na criação dos filhos. Leo e Piper têm tentado levar uma vida de casal sólida, trazendo amor e segurança para os meninos, apesar de todas as ameaças. Por que teríamos nós, que defendemos o bem, de nos tornar mais um problema para essa família? Ouçam o que eu digo, é hora de acabar com essa indefinição! Precisamos de uma vez por todas dar a Leo o direito de levar a vida ao lado daqueles que ele ama, sem mais interrupções e incertezas. É o mínimo que podemos fazer para ajudá-lo, nessa grande missão que será criar Wyatt e Chris!”

Leo sorri. As coisas parecem melhor do que ele imaginava! No entanto, outro ancião se levanta e começa a falar:

- “Não devemos nos esquecer também, meu caro Yossi, que Leo já teve sua vida como homem. Como ele pode simplesmente voltar à sociedade como se nada tivesse acontecido? Ele está morto!”

Um rumor se espalha pela sala.

- “Baal, nós não temos que ser intransigentes. Leo não precisa de uma chance... ele já provou que merece tudo o que pudermos fazer por ele!”

- “Está sugerindo que quebremos as regras apenas para beneficiá-lo?”

- “Não, Baal. Estou dizendo que Leo é o guardião de duas das mais poderosas crianças do mundo mágico, e que isso precisa ser oficializado. Não apenas para o bem dele, mas para o benefício de todos nós.”

Uma das anciãs interrompe a discussão.

- “Já sabemos de tudo que precisamos para tomar uma decisão. Vamos nos reunir e colocar a questão em votação.”

Os anciãos se retiram, deixando Leo esperando entre as nuvens.

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